Possível contribuição da praxis ao desafio da ecologia

Maria do Carmos Bettencourt Faria

Resumo


Pretendemos aqui enfrentar, na medida do possível, três questões que emergem na marcha do pensamento ocidental: a concepção da natureza que manifesta em si uma ordem harmônica e inteligível, diante da qual só é possível a atitude de admiração contemplativa própria da antiguidade, que se perde na modernidade. A lógica linear cartesiana e sua ambição de dominar a natureza fazendo do homem um ser doente de sua racionalidade, marca da
modernidade. A busca por uma saída para o beco em que se encontra a humanidade e que exige a difícil senão impossível harmonização da tecnologia e da economia com a ecologia, recolhida por uma ética ainda a construir – desafio a que se lançou H Jonas. Aubenque nos oferece uma pista ao propor o resgate da ética aristotélica. A grande contribuição desta „aretologia‟ residiria no
conceito de „prudência‟ (phronesis), mas queremos ampliar este resgate e propor uma reflexão sobre o que representa o outro paradigma que Aristóteles desenha ao lidar com a complexidade da práxis. Se a devastação da terra evidencia o esgotamento do modelo da ciência/tecnologia herdeiro da Metafísica e de sua lógica imanente, a exploração deste outro paradigma que lida com
a complexidade do contexto abrindo espaço para a emoção e o desejo, e que sabe que só pode, quando muito tangenciar a verdade, merece, no mínimo, um momento de nossa reflexão.

Palavras-chave


Hans Jonas; Aristóteles; Práxis.

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DOI: http://dx.doi.org/10.52641/cadcaj.v2i1.126

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