PRELIMINARES RELACIONAIS ENTRE A VALIDADE DA ORIGEM E A ORIGEM DA VALIDADE

Sandro Adams

Resumo


Este diagnóstico teórico parte de um fardo latino-americano: a fé na ciência é um pilar da modernidade. Para isso, pondera algumas categorias analíticas de uma teoria sociológica que transita entre a busca da universalidade comunicativa (Habermas) e a crítica da intersubjetividade do sujeito (Foucault). Por paradoxal que possa vir a sugerir, retém na crítica da modernidade a defesa do projeto ocidental. É por isso, e nada mais, que se atem as racionalidades (episteme?) forjadas por estes filósofos-sociólogos ou sociólogos-filósofos (a indecisão precede o substantivo-adjetivo e, a nosso ver, é coerente manter se indeciso sem, no entanto, o ser contraditório). Ora, se Habermas postula o nascimento da racionalidade instrumental na modernidade, isto não o será tão claramente posto por Foucault. No fundamento, Habermas destaca basicamente três categorias analíticas: mundo da vida, racionalidade comunicativa e ação estratégica (ou sistêmica). Seu leimotiv é a construção de uma ética do discurso. Por questões didáticas, centrar-se-á na linguagem (e não na axiologia). Já a trajetória de Foucault é dividida em três períodos: a) a articulação dos saberes na Arqueologia; b) os dispositivos do poder na Genealogia; c) a conduta individual da Ética. Porém, e ante a teoria foucaultiana, seria possível discutir o tema do poder isolado do saber ou apartado da relação ética entre ambos e a partir de uma desrazão? Neste sentido, seu pano de fundo é a superação da problemática da subjetividade.


Palavras-chave


Ciência. Razão. Saber.

Texto completo:

PDF

Referências


ALVES, Elder Patrick Maia. Norbert Elias. In: TELLES, Sarah (Org.). Clássicos das ciências sociais: os sociólogos. Petrópolis: Vozes, 2018.

BARBOSA, Wilmar do Valle. Tempos pós-modernos. In: LYOTARD, Jena-François. O pós-moderno. Trad. Ricardo Correia Barbosa. Rio de Janeiro: José Olympo, 1988.

BARROS, Roque Spencer Maciel de. Razão e Racionalidade. São Paulo: UPE, 1993.

BRUNKHORST, Hauke. Jürgen Habermas. Die rächende Gewalt der kommunikativen Vernunft. In: HENNIGFELD, Jochem; Jansohn, Heinz (Org.). Philosophen der Gegenwart. Eine Einführung. Darmstadt: Wissenschaftliche Buchgesellschaft, 2005.

FREITAG, Bárbara. A teoria crítica: ontem e hoje. São Paulo: Brasiliense, 1994.

FOUCAULT, Michel. As palavras e as coisas. Trad. Salma Tannus Muchail. São Paulo: Martins Fontes, 2002a.

______. Em defesa da sociedade: Curso no Collège de France (1975-1976). Trad. Maria Ermantina Galvão). São Paulo: Martins Fontes, 2002b.

______. A verdade e as formas jurídicas. Trad. Roberto Cabral de Melo Machado e Eduardo Jardim. Rio de Janeiro: NAU, 2002c.

______. Microfísica do poder. Rio de Janeiro: Graal, 2004a.

______. Vigiar e punir: nascimento da prisão. Trad. Raquel Ramalhete. Petrópolis: Vozes, 2004b.

____. A arqueologia do saber. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2005a.

______. A ordem do discurso. São Paulo: Loyola, 2005b.

HABERMAS, Jürgen. Técnica e Ciência enquanto ideologia. Trad. Zeljko Loparic; Andréa Maria Altino de Campos Loparic. São Paulo: Abril Cultural, 1975. (Coleção Os Pensadores).

______. Conhecimento e interesse. Trad. José N. Heck. Rio de Janeiro: Guanabara, 1982.

______. Wahrheit und Rechtfertigung? Philosophische Aufsätze. Frankfurt: Suhrkamp, 1984.

______. Dialética e Hermenêutica: para a crítica da hermenêutica de Gadamer. Trad. Álvaro L.M. Valls. Porto Alegre: L&PM, 1987.

______. Direito e Democracia: entre a facticidade e validade. Trad. Flávio Beno Siebeneichler. Vol. I. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1997.

_______. Passado como futuro. Trad. Flávio Beno Siebeneichler. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1993.

______. O discurso filosófico da modernidade: doze lições. Trad. Luiz Sérgio Repa; Rodnei Nascimento. São Paulo: Martins Fontes, 2000.

______. A inclusão do outro: estudos de teoria política. Trad. George Sperber; Paulo Astor Soethe. São Paulo: Loyola, 2002a.

______. Pensamento pós-metafísico: estudos filosóficos. Trad. Flávio Beno Siebeneichler. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2002b.

HOYOS, Guillermo; VARGAS, Germán. Teoría de la acción comunicativa como nuevo paradigma de investigación en las ciencias sociales. Bogotá: Icfes, 1997.

HUSSERL, Edmund. A crise da humanidade européia. Trad. Urbano Zilles. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2002.

LOHMANN, Georg. Kritische Gesellschaftstheorie ohne Geschichtsphilosophie? Zu Jürgen Habermas’ verabschiedeter und uneingestandener Geschichtsphilosophie. In: WELZ, Frank; WEISENBACHER, Uwe (Org.). Soziologischee Theorie und Geschichte. Zur Bedeutung der Geschichte für die soziologische Theorie. Wiesbaden/Opladen: Westdeutscher, 1998.

MACHADO, Roberto. Ciência e saber: A trajetória da arqueologia de Michel Foucault. Rio de Janeiro: Graal, 1982.

PIZZI, Jovino. Ética do discurso: a racionalidade ético-comunicativa. Porto Alegre: EDIPUCRS, 1994.

RABINOW, Paul; DREYFUS, Hubert L. Uma trajetória filosófica: para além do estruturalismo e da hermenêutica. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1995.

RICOEUR, Paul. Interpretação e Ideologias. Trad. Hilton Japiassu. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1983.

TERNES, José. A morte do sujeito. In: CASTELO BRANCO, Guilherme; PORTOCARRERO, Vera (Org). Retratos de Foucault. Rio de Janeiro: Nau, 2000.

VEYNE, Paul. Um arqueólogo escéptico. In: DIDIER, Eribon (Org.). El infrecuentable Michel Foucault: renovación del pensamiento crítico. Buenos Aires: Letra Viva & Edelp, 2004.




DOI: http://dx.doi.org/10.52641/cadcaj.v6i1.464

Apontamentos

  • Não há apontamentos.




Direitos autorais 2021 Sandro Adams

 

 Licença Creative Commons
Este obra está licenciado com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.

 

ISSN: 2448-0916.

______________________________________________


 DRJI Indexed Journal