O PODER PUNITIVO E AS TECNOLOGIAS DE GENÊRO: leituras pós-estruturais

Rafael Martins de Meneses, Tiago Alves de Jesus Barreto, Letícia Carolina Pereira do Nascimento

Resumo


Friedrich Nietzsche (2016) escreveu sobre a formação dos valores morais e de que maneira se cria a ideia de “bem” e “mal”. Michel Foucault (2010; 2018; 2019) nos apresenta a ideia das tecnologias da sexualidade e noções sobre as engrenagens do saber-poder. Doravante, a presente pesquisa bibliográfica apresenta algumas co(i)nfluências desses teóricos na análise do sistema punitivo e nas tecnologias de gênero. Nessas leituras, percebe-se que o sujeito é uma criação que se desenrola dentro de discursos políticos moralizantes pulverizados nas teias sociais. O poder punitivo está para além do Direito Penal, ele é incorporado na naturalização e universalização do “bem” e “mal”. Os instrumentos da anatomia política instauraram os valores de verdade e da moral, logo, afetando os campos de subjetividade, personalidade e consciência, por exemplo. Dito isso, podemos problematizar os dispositivos da moralidade, enfatizando àqueles normalizadores do gênero e da sexualidade. Na busca por mais pistas sobre esses problemas, também usaremos como referência Teresa de Lauretis (1994) e Judith Butler (2003). Nesse âmbito, entendemos que a produção discursiva pode operar diametralmente na emancipação da subjugação, na medida em que cria campos de existências para além das infames estruturas de opressão.


Palavras-chave


Moral. Tecnologias de Gênero. Poder Punitivo.

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DOI: http://dx.doi.org/10.52641/cadcaj.v6i1.460

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