O Ilustre Escravo Inácio da Catingueira e a sua Peleja Contra o Império da Escravidão no Sertão da Paraíba

Antonio Martins Oliveira

Resumo


A historiografia paraibano da primeira metade do século XX, tentando contribuir com a construção governamental de uma boa imagem do Brasil no exterior, pintou um quadro irreal da sua escravidão no século anterior, negando o real papel do negro na produção econômica sertaneja. Esta prática, por um lado, seria um reflexo da cultura elitista sertaneja da época e, por outro, daria suporte a tal cultura, perpetuando-a até os dias atuais. No entanto, esta produção historiográfica começa a se redimir a partir de 1979, com o trabalho da professora Diana Galliza e, a partir de então, as teses de pós-graduação começam a refletir um novo olhar para o personagem negro na história da Paraíba. Inácio da Catingueira, um escravo artista da segunda metade do século XIX, se insere nesse contexto de negação historiográfica, mas, com o seu talento extraordinário e sua personalidade pacífica, sobreviveu a toda condição de subjugação e esquecimento, e se tornou um personagem ilustre para o seu povo.

Palavras-chave


Inácio da Catingueira, Peleja no Sertão, Inácio e Romano, Grande Seca, Cantoria

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Referências


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DOI: http://dx.doi.org/10.52641/cadcaj.v5i3.366

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