Aristóteles, Política e Educação

Rafael Lucas de Lima

Resumo


Para nós, brasileiros, a política tem sido, infelizmente, um tópico recorrente das discussões cotidianas. O motivo maior dessas discussões não é o grande interesse que se tem por política – antes fosse isso; com efeito, motivos diversos poderiam ser elencados, mas podemos indicar, com uma única palavra, o cerne dessas discussões: a corrupção dos governantes brasileiros, que afeta direta e negativamente o bem comum, a felicidade da comunidade brasileira. Através da doença crônica da corrupção, que acomete o nosso país, torna-se evidente a desvirtuação e completa degeneração da meta, do fim, da razão de ser da política enquanto ciência prática organizadora da vida e promotora da felicidade de uma comunidade. Discutir política deveria ser um hábito de todo cidadão que atingiu algum grau de desenvolvimento de suas faculdades mentais e de autonomia no uso de sua razão; não deveria, esse hábito, vir a existir por força de algum mal, e sim ser o fruto do interesse de cada um de nós pelos rumos do nosso Estado; pois todo associado deveria se interessar pelas decisões de sua associação e nelas tomar parte, e associação alguma existe para o mal dos seus associados, uma vez que nenhum associado permaneceria voluntariamente numa associação que não promovesse aquilo que ele considera ser um bem para si. Na grande associação humana que se chama Estado, a educação surge como um meio sine qua non para a organização da vida política. No processo pedagógico de formação dos cidadãos está compreendida, como um dos seus mais importantes fins, a formação do caráter de cada um deles; dessa formação depende uma parcela significativa da felicidade de cada indivíduo e da própria comunidade. A relação indelével entre política e educação – que, juntas, contribuem decisivamente para o bem do Estado – tem sido repetidamente assinalada e discutida ao longo da história, adquirindo diversos matizes; dentre as perspectivas que a abordam, encontram-se aquelas de filósofos como Platão, Aristóteles, Wilhelm von Humboldt, John Stuart Mill. Ater-me-ei aqui à perspectiva de Aristóteles (384-322 AEC) sobre política e educação, tentando elucidar sua imbricação e apontar algumas das consequências que resultam do modo como a última é conduzida pela primeira.


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Referências


Aristóteles, Política, Bauru, Edipro, 2009a.

______, Ética a Nicômaco, Bauru, Edipro, 2009b.

______, Retórica, São Paulo, Martins Fontes, 2012.

Platão, A República, Lisboa, Gulbenkian, 2008.




DOI: http://dx.doi.org/10.52641/cadcaj.v2i2.141

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