DUAS ÉTICAS DA ESQUERDA HEGELINA: DA COMPAIXÃO EM SCHOPENHAUER E DA SENSIBILIDADE EM FEUERBACH

Luédlley Raynner DE SOUZA LIRA, Jheovanne Gamaliel SILVA DE ABREU

Resumo


Arthur Schopenhauer (1788-1860) e Ludwig Feuerbach (1804-1872) foram dois filósofos da então conhecida esquerda hegeliana, por produzirem um pensamento profundamente crítico à Hegel. O objetivo deste trabalho é o de desenvolver semelhanças e divergências entre a ética destes dois pensadores que compartilhavam aversão ao hegelianismo. A metodologia utilizada no desenvolvimento deste trabalho foi a dedutiva com técnica metodológica a análise bibliográfica utilizando as obras de Schopenhauer: O mundo como vontade e como representação, e a de Feuerbach: A essência do cristianismo, bem como alguns de seus comentadores. A ética em Schopenhauer é a da compaixão, isto é, o sentimento de colocar-se no lugar do outro. Por mais que o pensamento schopenhaueriano ser ateísta, a ética da compaixão trata-se de uma concepção cristã que para o filósofo de Dantzig, proporciona uma amenização ao sofrimento causado pelo grilhão da Vontade. Já em Feuerbach, não há um escrito estritamente ligado a ética, o que torna muitas das reflexões e conclusões subjetivas e necessárias de uma ampla interpretação do filósofo. A ética de Feuerbach está intimamente ligada com sua visão materialista de mundo. O homem é um ser dotado de afeto, sentimentos, e tudo que o constitui como ser material, negando qualquer possibilidade de um campo espiritual ou metafísico. Assim, a ética da sensibilidade é o reconhecimento de que o homem é um ser individual e concreto, onde o marco de seu agir deve ser o amor, possibilitando uma vivência material entre todos.

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Referências


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DOI: http://dx.doi.org/10.52641/cadcaj.v2i2.82

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