ESCOLA SEM PARTIDO E RAÇA: Uma Educação para a Colonialidade?
Resumo
Ao longo da última década, observa-se o avanço do conservadorismo sobre diferentes esferas da sociedade brasileira. No campo educacional, esse avanço pode ser visto na atuação do movimento Escola sem Partido (ESP) em disputas sobre currículos, políticas e práticas escolares. Pesquisadores criticam as ações e posicionamentos do movimento, que reforçam concepções de educação autoritárias, discriminatórias e alinhadas à colonialidade. A colonialidade pode ser compreendida como um padrão de poder de vocação mundial, que tem como um de seus fatores fundamentais a classificação da diversidade humana a partir da noção de raça, utilizada para naturalizar as dinâmicas de dominação colonial e que ainda permanece nas relações sociais. Em contrapartida, os estudos da decolonialidade e da interculturalidade buscam por novas formas de conhecer, pensar e ser que desafiem os significados e as lógicas da colonialidade. O objetivo deste artigo é identificar e analisar as características da colonialidade em pautas defendidas pelo movimento Escola sem Partido no que se refere às relações étnico-raciais. Para isso, realizamos um levantamento de textos disponíveis no blog do movimento na internet e analisamos seu conteúdo a partir de referenciais decoloniais, especialmente dos conceitos de colonialidade do ser, do saber e do poder. Os textos analisados expressam críticas recorrentes ao ensino de História e consideram como doutrinação abordagens que questionam a colonialidade. Dessa maneira, os discursos aglutinados no ESP reiteram a colonialidade sobre a educação, a sociedade e as relações étnico-raciais, representando um impedimento às práticas pedagógicas e currículos interculturais e decoloniais na educação.
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PDFReferências
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DOI: http://dx.doi.org/10.52641/cadcaj.v7i2.589
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