CURRÍCULO INTERCULTURAL E DECOLONIAL NO CENÁRIO DO ENSINO SUPERIOR BRASILEIRO E LATINO-AMERICANO
Resumo
O presente estudo tematiza uma forma de pensar e desenvolver uma perspectiva de currículo que considere a interculturalidade e a decolonialidade no ensino superior brasileiro e latino americano. Do ponto de vista metodológico, consiste em uma abordagem ensaística, que após aprofundar uma reflexão acerca dos pressupostos conceituais fundamentais que envolvem a temática, narra e reflete sobre uma experiência pedagógica vivificada em um curso superior de medicina. A ideia de uma proposta de interculturalidade, no âmbito dos currículos universitários, em perspectiva decolonial, nos possibilita colocar em destaque um sentido de universidade que assume como proposta uma ideia de reflexão radical acerca do conhecimento, questionando os modos de colonialismo e eurocentrismo presentes na sociedade. Isso representa, no sentido das tradições críticas e pós-críticas do currículo, uma forma de questionar as relações de saber e poder, que atravessam a vida social e cultural, bem como a natureza das mediações pedagógicas, e dos projetos epistêmicos e formativos, que se materializam na educação superior. E, mais do que isso, possibilita instaurar sentidos humanizantes, marcas de uma nova postura crítica que pode florescer no âmbito da formação em saúde.
O presente estudo tematiza uma forma de pensar e desenvolver uma perspectiva de currículo que considere a interculturalidade e a decolonialidade no ensino superior brasileiro e latino americano. Do ponto de vista metodológico, consiste em uma abordagem ensaística, que após aprofundar uma reflexão acerca dos pressupostos conceituais fundamentais que envolvem a temática, narra e reflete sobre uma experiência pedagógica vivificada em um curso superior de medicina. A ideia de uma proposta de interculturalidade, no âmbito dos currículos universitários, em perspectiva decolonial, nos possibilita colocar em destaque um sentido de universidade que assume como proposta uma ideia de reflexão radical acerca do conhecimento, questionando os modos de colonialismo e eurocentrismo presentes na sociedade. Isso representa, no sentido das tradições críticas e pós-críticas do currículo, uma forma de questionar as relações de saber e poder, que atravessam a vida social e cultural, bem como a natureza das mediações pedagógicas, e dos projetos epistêmicos e formativos, que se materializam na educação superior. E, mais do que isso, possibilita instaurar sentidos humanizantes, marcas de uma nova postura crítica que pode florescer no âmbito da formação em saúde.
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DOI: http://dx.doi.org/10.52641/cadcaj.v7i2.573
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