A FORMAÇÃO DA SUBJETIVIDADE MORAL NO PENSAMENTO DE MICHEL FOUCAULT

Bruno Camilo de Oliveira

Resumo


O objetivo deste trabalho é apresentar a perspectiva de Michel Foucault sobre a formação da subjetividade moral segundo o seu texto intitulado “O uso dos prazeres e as técnicas de si”. No referido texto, Foucault enfatiza que a ação moral não deve se constituir em atos conforme uma regra de conduta sustentada por conceitos morais, mas em atos conforme uma relação pura do sujeito com a sua sabedoria interna (subjetividade), relação essa que não deve ser compreendida como simplesmente uma “consciência de si” como sujeito moral, mas como uma “constituição de si” como sujeito moral. Considera-se neste artigo essa posição de Foucault sobre a formação da subjetividade moral para analisar o lugar do desejo na autonomia de si e das atitudes práticas, sobretudo se forem considerados: a experiência do sujeito como um processo em que tanto a subjetividade quanto os desejos são modificados ou anulados por normas ou leis específicas, estabelecidas em determinadas sociedades e cultura, quase sempre ligadas a normas de sexualidade; o poder do mais forte, na medida em que influencia instituições para difundir interesses na sociedade, corrompendo os desejos particulares dos indivíduos; as “técnicas de si”, como práticas racionais e voluntárias que reprimem desejos, pelas quais os seres humanos determinam para si mesmos regras de conduta que correspondem a valores estéticos.


Palavras-chave


Subjetividade moral. Desejo. Experiência. Técnicas de si. Sexualidade.

Texto completo:

PDF

Referências


CANDIOTTO, C. Práticas de subjetivação e experiência da sexualidade em M. Foucault: sobre O uso dos prazeres e O cuidado de si. In: RESENDE, H. (org.). Michel Foucault: política – pensamento e ação. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2016. p. 77-94.

DAVIDSON, A. Ethics as ascetics: Foucault, the history of ethics, and ancient thought. In: GUTTING, G. (ed.). The Cambridge companion to Foucault. 2th ed. New York: Cambridge University Press, 2006. 123-148.

DELEUZE, G. Foucault. São Paulo: Brasiliense, 2005.

FOUCAULT, M. O uso dos prazeres e as técnicas de si. In: FOUCAULT, M. Ética, sexualidade, política. Rio de Janeiro: Forense universitária, 2004. p. 192-217. (Ditos e escritos; V).

LORENZINI, D. Foucault, regimes of truth and the making of subject. In: CREMONESI, L. et al. (ed.). Foucault and the making of subjects. London: Rowman & Littlefield, 2016. p. 63-75.

NETO, J. L. F. A analítica da subjetivação em Michel Foucault. Revista polis e psique, Porto Alegre, v. 7, n. 3, p. 7-25, 2017. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/PolisePsique/article/view/76339. Acesso em: 01 out. 2020.

NIETZSCHE, F. W. Genealogia da moral: uma polêmica. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.

NIETZSCHE, F. W. Sobre verdade e mentira no sentido extra-moral (1873). In: LEBRUN, G. (ed.). Friedrich Nietzsche: obras incompletas. São Paulo: Nova Cultural, 1999. p. 51-60. (Os pensadores; 32).

ORTEGA, F. Amizade e estética da existência em Foucault. Rio de Janeiro: Graal, 1999.

SMITH, D. Foucault on ethics and subjectivity: “care of the self” and “aesthetics of existence”. Foucault studies, Copenhagen, n. 19, p. 135-150, jun. 2015. Disponível em: https://doi.org/10.22439/fs.v0i19.4819. Acesso em: 02 out. 2020.

VEYNE. P. O império romano. In: VEYNE. P. (org.). História da vida privada 1: do império romano ao ano mil. São Paulo: Companhia das Letras, 2009. p. 18-212.




DOI: http://dx.doi.org/10.52641/cadcaj.v6i1.445

Apontamentos

  • Não há apontamentos.




Direitos autorais 2021 Bruno Camilo de Oliveira

 

 Licença Creative Commons
Este obra está licenciado com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.

 

ISSN: 2448-0916.

______________________________________________


 DRJI Indexed Journal