A FORMAÇÃO DA SUBJETIVIDADE MORAL NO PENSAMENTO DE MICHEL FOUCAULT
Resumo
O objetivo deste trabalho é apresentar a perspectiva de Michel Foucault sobre a formação da subjetividade moral segundo o seu texto intitulado “O uso dos prazeres e as técnicas de si”. No referido texto, Foucault enfatiza que a ação moral não deve se constituir em atos conforme uma regra de conduta sustentada por conceitos morais, mas em atos conforme uma relação pura do sujeito com a sua sabedoria interna (subjetividade), relação essa que não deve ser compreendida como simplesmente uma “consciência de si” como sujeito moral, mas como uma “constituição de si” como sujeito moral. Considera-se neste artigo essa posição de Foucault sobre a formação da subjetividade moral para analisar o lugar do desejo na autonomia de si e das atitudes práticas, sobretudo se forem considerados: a experiência do sujeito como um processo em que tanto a subjetividade quanto os desejos são modificados ou anulados por normas ou leis específicas, estabelecidas em determinadas sociedades e cultura, quase sempre ligadas a normas de sexualidade; o poder do mais forte, na medida em que influencia instituições para difundir interesses na sociedade, corrompendo os desejos particulares dos indivíduos; as “técnicas de si”, como práticas racionais e voluntárias que reprimem desejos, pelas quais os seres humanos determinam para si mesmos regras de conduta que correspondem a valores estéticos.
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PDFReferências
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DOI: http://dx.doi.org/10.52641/cadcaj.v6i1.445
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