DA ANGÚSTIA AO MEDO: A EXPERIÊNCIA DO RISCO NA CULTURA CONTEMPORÂNEA
Resumo
Pesquisa reflete, de modo amplo, sobre como se lida com a finitude na contemporaneidade. Argumenta-se que a cultura do risco, da medicina de caráter preventivo e preditivo, reverte a angústia com a finitude em medo de advento de uma doença determinada. Investiga-se a experiência do risco na cultura contemporânea, ressaltando a convergência entre a experiência de estar sob risco e a experiência da doença crônica e seu caráter de risco. O argumento é desenvolvido a partir da leitura de reportagens da revista Veja sobre mastectomia preventiva, orientada pelas noções de episteme e raridade discursiva de Foucault. Verifica-se o estreitamento dos limites entre normal e patológico, medo da morte, a adoção de um cuidado crônico com a saúde, de práticas de autovigilância no cuidado de si e a realização de intervenções sobre o corpo em condições anteriores ao estado de doença.
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DOI: http://dx.doi.org/10.52641/cadcaj.v5i2.400
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