Maquinismo e filosofia: o nascimento da questão da técnica

Eduardo Ramalho Rotstein

Resumo


A questão da técnica tem despertado um interesse crescente do mundo intelectual nas últimas décadas em razão das transformações sociais e dos desafios éticos suscitados por inventos no campo da informática e da biologia. No intuito de iluminar os pressupostos do debate atual serão retraçadas, nesse artigo, a origem histórica da questão da técnica e das principais posições filosóficas assumidas diante da mesma. A partir das investigações históricas de Pierre-Maxime Schuhl descobre-se, em primeiro lugar, que a técnica entra decididamente na pauta do debate filosófico a partir de dificuldades originadas fora do âmbito intelectual, relacionadas à difusão das máquinas e ao nascimento da grande indústria no século XIX. Em segundo lugar, pode-se mostrar que foi sob a consideração dos efeitos ambíguos do maquinismo que se formaram as linhas mestras de interpretação que até os dias de hoje constituem a matriz da filosofia da técnica. Posições como otimismo ou pessimismo, humanismo ou fatalismo, nas quais incorre amiúde o questionamento mais recente da técnica, podem ser encontradas nas reflexões de escritores utopistas e de filósofos como Ernst Kapp e Oswald Spengler entre meados do século XIX e o início do século XX.

Palavras-chave


técnica; maquinismo; filosofia da técnica.

Texto completo:

PDF

Referências


ARISTOTELES. Metaphysik. Neubearbeitung der Übersetzung von H.Bonitz, Mit Einleitung und

Kommentar herausgegeben Von H.Seidl, Griechisch-Deutsch, Felix Meiner, Hamburg, 1989

(Bücher I - VI), 429p.

ARISTÓTELES (1998). Nikomachische Ethik VI (H. G. Gadamer, org. e trad., edição bilíngue).

Frankfurt am Main: Klostermann, 70p.

HEIDEGGER, M. (1954/1962). Die Frage nach der Technik. Em Die Technik und die Kehre (pp.5-

. Stuttgart: Klett-Kotta, 47p.

JONAS, H. (1979/1984). Das Prinzip Verantwortung: Versuch einer Ethik für die technologische

Zivilisation. Frankfurt am Mainz: Suhrkamp Taschenbuch, 426p.

KAPP, E. (1877/1978). Grundlinien einer Philosophie der Technik: Zur

Entstehungsgeschichte der Kultur aus neuen Gesichtspunkten. Düsseldorf: Stern-Verlag Janssen & Co,

p.

MARX, K. (1867/1968). Das Kapital – Erster Band, Buch I. Em Karl Marx- Friedrich Engels Werke

(Bd. 23). Berlin: Dietz, 955p.

ORTEGA Y GASSET, J. (1930/2016). A Rebelião das Massas (introdução Julian Marías, trad. F.

Denardi). São Paulo: Vide Editorial, 362p.

PLATÃO (2011). Íon (C. Oliveira, trad.). Belo Horizonte: Autêntica, 88p.

PLATÃO (1972a). Górgias. Em G. Eigler (org.) Werke in acht Bänden:Griechisch und Deutsch (F.

Schleiermacher, trad., vol.2, pp.269-504). Darmstadt: Wissenschaftliche Buchgesellschaft, 606p.

PLATÃO (1972b). Philebos. Em G. Eigler (org.) Werke in acht Bänden:Griechisch und Deutsch (F.

Schleiermacher, trad., vol.7, pp.255-443). Darmstadt: Wissenschaftliche Buchgesellschaft, 449p.

SCHUHL, P-M (1938/1955). Maquinismo y filosofia (trad. H. Crespo). Buenos Aires:

Galatea/Nueva Visión, 123p.

SPENGLER, O. (1918/1963). Der Untergang des Abendlandes: Umrisse einer Morphologie der

Weltgeschichte (vollständige Aufgabe in einem Band). München: C.H. Beck, 1249p.

SPENGLER, O. (1931). Der Mensch und die Technik. München: C.H. Beck, 89p.




DOI: http://dx.doi.org/10.52641/cadcaj.v2i1.117

Apontamentos

  • Não há apontamentos.




Direitos autorais 2017 Eduardo Ramalho Rotstein

 

 Licença Creative Commons
Este obra está licenciado com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.

 

ISSN: 2448-0916.

______________________________________________


 DRJI Indexed Journal